O salário mínimo de R$ 998, assinado pelo presidente Jair Bolsonaro, deve representar o primeiro ganho real aos trabalhadores brasileiros em três anos, segundo estimativa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
Com a remuneração 4,61% maior do que os R$ 954 pagos até dezembro e a previsão de INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) para 2018 fixada em 3,48%, o aumento real o salário mínimo deve ser de 1,1%.
PIS/Pasep já é pago pelos bancos com novo valor do salário mínimo
De acordo com o Dieese, mais de 48 milhões de brasileiros têm rendimento referenciado no salário mínimo. Desses, 23,2 milhões são beneficiários do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 12,2 milhões empregados, 8,5 milhões atuam por conta própria e 3,7 milhões trabalhadores domésticos.
Em 2017 e 2018, os brasileiros remunerados com base no mínimo tiveram perda real de, respectivamente, 0,1% e 0,25%. No ano de 2016, houve ganho real de 0,36% e, em 2015, de 2,46%.
Impacto
A nova remuneração mínima paga aos trabalhadores também vai impactar as contas públicas. Segundo o Dieese, cada acréscimo de R$ 1 no salário mínimo tem impacto estimado de R$ 302,723 milhões ao ano sobre a folha de benefícios da Previdência Social.
Com as estimativas, o aumento de R$ 44, significará custo adicional de cerca de R$ 13,3 bilhões por ano nas contas do sistema de aposentadorias.
Estima-se também que o reajuste do mínimo vai representar um incremento de R$ 27,1 bilhões na economia nacional, dos quais R$ 14,6 bilhões correspondem a maior arrecadação tributária sobre o consumo.