O trágico acontecimento com a barragem da mineradora Vale, que se rompeu na sexta-feira (25), em Brumadinho, Minas Gerais, chamou a atenção para as barragens do Piauí, onde 25 delas são de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) e 11 do Instituto de Desenvolvimento do Piauí (IDEPI). E destas, quatro estão necessitando de recuperação.

Uma matéria veiculada no Programa 70 Minutos, apresentado pelas jornalistas Shirley Evangelista e Eli Lopes, mostrou que as quatro barragens, a Barragem do Bezerro, em José de Freitas; Emparedado, em Campo Maior; Petrônio Portela, em São Raimundo Nonato, e Pedra Redonda, em Conceição do Canindé,    precisam de reparos.

Sendo que, duas destas, os reparos são tão urgentes, que foram feitas licitações para a fase de reformas, que já foram concluídas. Esta semana, o Idepi vai anunciar a construtora que venceu a etapa de licitação, dentro de no máximo 15 dias, para começar os trabalhos de reformas destas barragens licitadas.

“Estamos fazendo vistorias, constantes, nos locais. Ontem, mesmo sendo domingo, o diretor de Engenharia do Idepi, doutor Carvalho, esteve na Barragem do Bezerro, em José de Freitas, e, na tarde da segunda-feira, visitou a Barragem do Emparedado, em Campo Maior. É uma situação que precisa de monitoramento constante, mas que na situação atual, não apresenta risco”, diz o diretor do Idepi, Geraldo Magela.

O diretor do Idepi nega risco de rompimentos. “Na situação atual, não há risco de rompimento dessas duas barragens, apesar delas requererem maior atenção e se encontrarem estáveis. A Barragem do Bezerro passou por um rebaixamento e não apresenta risco e não vai atingir sua capacidade máxima, ou seja, não pode causar pressão na parede. A de Emparedado está sendo monitorada 24 horas também” apontou Geraldo Magela.

Com relação às infiltrações na Barragem de Campo Maior, Magela garantiu que a situação é estável. Também é emergencial a situação em Conceição do Canindé, onde a erosão no sangradouro e nas fundações dos pilares de sustentação da ponte sobre o sangradouro compromete a estrutura da barragem.

“Não tem risco iminente. Tudo está sendo controlado e monitorado. Se houver necessidade, avisaremos à   população com ajuda do Corpo de Bombeiros, para evacuar a cidade e a área de risco, como fizemos no ano passado, quando a Barragem do Bezerro apresentou problemas de infiltrações. Existe uma diferença grande entre ela e a Barragem de Campo Maior’, ressaltou.

 “Faltam recursos para reparos”, diz diretor do Idepi

Relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado em dezembro do ano passado, aponta que existem mais de 70 mil barragens em todo o país e só 24 mil estão cadastradas.

De acordo com o presidente do Idepi, a obra de reparo das duas barragens aguarda a conclusão da licitação, o processo já foi dado abertura na sexta-feira (25). A empresa contratada deve assumir a obra ainda nos próximos meses. Geraldo ainda admitiu que faltam recursos para reparo de obras nas barragens pelo Governo Federal. “Há uma falta de recursos para os reparos, mas as fiscalizações até existem”, afirmou.

O senador Elmano Férrer (Podemos-PI) solicitou recursos para agilizar a fiscalização das barragens e pediu ao Congresso Nacional que inclua na Lei Orçamentária de 2019 (PNL 27/2018) e no PPA 2020-2030 mais dinheiro para ações de fiscalização e manutenção. (V.P.)

Fonte: Meio Norte

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