O delegado da Polícia Federal, Cláudio Roberto Trapp, confirmou que um cartório instalado no interior do Piauí está entre os locais investigados em fraudar os documentos para conseguir liberação ilegal de dinheiro do precatório. O delegado, que atua em Santa Catarina, está a frente da investigação, que se expandiu para outros estados. Ele prestou coletiva hoje em São Luís (MA).
Dos 19 mandados, três foram cumpridos no Piauí, sendo dois em municípios do interior e um na capital Teresina. O líder dessa quadrilha, segundo a polícia, circula pelo Maranhão e Piauí.
“Nós acreditamos que os cartórios possuem envolvimento: colocavam conteúdo falso da procuração. Isso nós ainda estamos apurando. Foram feitas busca em três cartórios para averiguar a participação ou não na fraude. Todos ficam no interior: um no Piauí e dois no Maranhão”.
O delegado ressaltou que, “com a colaboração da Caixa, (a investigação) conseguiu identificar possíveis integrantes que forneciam as informações dos precatórios para essa organização criminosa. (Os servidores) passavam as informações, confeccionavam as procurações ideologicamente falsas com o auxílio de alguns cartórios. Com isso, eles conseguiam concretizar o documento oficial exigido pela Caixa para disponibilizar o valor”.
Cláudio Roberto Trapp destacou que a Caixa conseguiu barrar alguns saques ao desconfiar da fraude. Se não fosse isso, o prejuízo seria ainda maior.
A investigação dessa quadrilha iniciou-se em Criciúma, Santa Catarina, local de atuação do delegado, após a condução de uma advogada tentar sacar o precatório dentro da circunscrição “Com base nas informações dela, a gente conseguiu identificar o telefone do falsário e com apoio da Caixa Econômica Federal tivemos acesso a diversos casos em outros estados da Federação”.
A Polícia Federal informou que “no curso da investigação, foram obtidos fortes indícios de que a organização criminosa se aproximava de advogados através de aplicativo de mensagens, com a finalidade de que realizassem os levantamentos dos precatórios utilizando-se de documentos ideologicamente falsos, obtidos principalmente em cartórios do Maranhão e Piauí”.
“Após os saques indevidos, os criminosos faziam sucessivas movimentações financeiras dos valores em contas de terceiros, para afastar a origem ilícita dos recursos e dificultar a identificação dos verdadeiros beneficiados com as fraudes”.
Foto: Polícia Federal
Fonte: Cidade Verde