Os médicos que atuam na rede municipal de Teresina iniciaram nesta terça-feira (5) uma paralisação de advertência em busca de melhores condições de trabalho, realização de concurso público e pagamento do piso salarial.
A paralisação segue até amanhã (6), mas afeta apenas os serviços eletivos. Os serviços de urgência e emergência da rede municipal de Teresina ficam mantidos. Devido a essa paralisação, os médicos decidiram se reunir na sede do Sindicato dos Médicos do Piauí (Simepi).
No Hospital do Dirceu, apenas dois médicos atenderam voluntariamente pacientes na manhã desta terça. Já à tarde, nenhum profissional realizou atendimento.
Com a continuidade da paralisação na quarta (6), e a sequência do feriado de 7 de setembro, é possível que os atendimentos só retornem na sexta-feira (8), caso não haja decretação de ponto facultativo. Se isso ocorrer, os pacientes só deverão ter atendimento médico na próxima segunda-feira (11).
A categoria informou que é esse um ato de advertência e que não estão previstas novas paralisações. Eles buscam um acordo em relação principalmente a realização de um novo concurso público, que segundo a categoria, foi prometido que seria realizado ainda neste ano, mas que a Fundação Municipal de Saúde adiou para o próximo ano.
Eles também reivindicam o pagamento para a categoria do piso estabelecido pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que atualmente é de R$ 18.709,99 por jornada de 20 horas semanais.
O diretor do Simepi, Renato Leal, informou que os profissionais sofrem com a falta de insumos e que trabalham em situação precária.
“A urgência e emergência ninguém toca, está sendo normal. Os casos eletivos, como cirurgias e consultas marcadas é que estão sendo suspensos. Isso afeta a população, mas o que estamos buscando são exatamente melhorias para a população, pois hoje mesmo na Unidade Básica do Monte Castelo, está faltando lanceta para a glicemia, fita, os ar-condicionado há muito tempo quebrados, e em um calor desses os profissionais ficam fechados sem ar-condicionado. Temos só um pronto-socorro e está faltando também fita e até agulha. Então como se funciona faltando as coisas mínimas? Então estamos lutando. Temos que ter concurso para estabilizar o profissional, ter condições de trabalho porque senão a população fica desassistida”, afirmou.
O Cidadeverde.com entrou em contato com a Fundação Municipal de Saúde (FMS) que informou que o concurso está em andamento, que a implementação do piso salarial da Fenam apenas com aprovação de lei própria e que estão adotando providências para a falta de insumos.
“Concurso está em andamento e seguindo os trâmites que são necessários. Falta de insumos providências estão sendo tomadas junto aos fornecedores (notificação e negociação, bem como regularização de eventuais pagamentos em aberto), bem como a conclusão de processos licitatórios e emergenciais. Quanto à demanda da implantação do Piso FENAM, por se tratar de demanda salarial, só pode ser implantada por meio de lei própria”, informou.
Fonte: Cidade Verde