Iniciou à 0h desta segunda-feira (04) a greve dos motoristas e cobradores de ônibus urbanos de Teresina. A paralisação, por tempo indeterminado, foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Rodoviário (SINTETRO), Fernando Feijão.

Ele informou que 30% dos 452 ônibus dos quatro consórcios de empresas que atuam em Teresina circularão durante a greve, de acordo com a exigência legal. Ele informou que fez a comunicação, obrigatória, da greve por tempo indeterminado, na tarde de quinta-feira, para a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) e pela Justiça do Trabalho. Fernando Feijão disse que a greve será deflagrada porque os empresários de ônibus urbanos não deram resposta à proposta da categoria de reajuste salarial de 8.5%.

“Enquanto a nossa proposta não é atendida, vamos iniciar a greve nesta segunda-feira e não tem data para encerrar. Estamos sendo empurrados para essa greve pela falta de vontade de negociar dos empregadores. O Serviço de Empresas de Transporte Urbano (Setut), que vem colocando sempre a Prefeitura Municipal no meio dessa negociação, coisa que nunca houve nessa cidade”.

Crédito: José Alves Filho

No mês de janeiro, os trabalhadores realizaram paralisação de advertência e chegaram a fazer reunião com representantes da categoria, do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) e da Prefeitura de Teresina, mas não houve um consenso.

O superintendente regional do Trabalho, Philippe Salha, explicou que a reunião que estava marcada para a última quinta-feira (31), entre Prefeitura e empresários, foi suspensa, pois o SETUT informou que não participaria da mesa, já que não obteve resposta da Prefeitura. “O sindicato nos disse que não obteve um posicionamento da Prefeitura sobre o subsídio que eles devem receber e que será utilizado para atender algumas das reivindicações da classe. Devido a isso, eles se ausentaram da reunião desta sexta”, falou o superintendente.

Fernando Feijão informou que o sindicato ficou desapontado com o cancelamento da reunião, por entender isso como um adiamento das negociações e a classe decidiu realizar a greve. “Eles ainda não nos deram um parecer sobre nossas reivindicações e continuam empurrando as negociações com a barriga. A única medida que podemos tomar agora é deflagrar a greve e esperar por uma resposta dos empresários. A paralisação só será suspensa a partir do momento em que ocorram negociações que levem a um acordo”, informou o presidente.

Lei da greve

A Lei de Greve prevê que “nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados de comum acordo a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Esta garantia deve ser de no mínimo 30% (trinta por cento) dos serviços em funcionamento” (Lei.783/89), o que corresponderia a 126 veículos da frota de 420 ônibus.

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina e dos Trabalhadores do Sistema de Transportes Rodoviários devem notificar sobre a frota em circulação. A STRANS também deve reforçar a fiscalização para garantir o cumprimento da Legislação e direitos dos usuários do transporte coletivo.

Veículos são cadastrados para substituir ônibus

Até o último sábado (02), 78 vans e ônibus foram cadastrados para atuar no transporte de passageiros durante a greve. O cadastramento prosseguiu no domingo (03), na sede da Superintendência, localizada na Rua Pedro Freitas,1252. A autorização é concedida pela Superintendência de Trânsito e Transportes de Teresina (STRANS), que estipula as rotas que deverão ser afixadas em local que facilite a identificação por parte dos usuários. A STRANS informou que irá disponibilizar, para os usuários, os itinerários dos ônibus coletivos que irão circular.

O diretor de Transportes Públicos da Strans, Francisco Nogueira, afirmou que foram destinados quatro ônibus para a linha 241, que transporta os passageiros da região do Vale Quem Tem, que engloba os condomínios Sigefredo Pacheco I, II e III, Cacimba Velha, Árvores Verdes e conjunto Wilson Martins Filho.

Ele acredita que é possível que a greve desta segunda-feira tenha menor impacto para a população piauiense porque, apesar de 78 ônibus, micro-ônibus e vans cadastrados pela Strans, os teresinenses podem usar os aplicativos de transporte individual, como o Uber; de lotação e os ligeirinhos, que são clandestinos, mas transportam passageiros pelo preço dos ônibus urbanos.

“Os 30% dos ônibus circulando durante a greve equivalem a cerca de 120 ônibus e se a gente perceber que está havendo piquetes nas garagens das empresas ou algum impedimento de circulação dos ônibus, vamos comunicar para a Justiça tomar providência, porque a greve realmente prejudica a população, mas não é para penalizar a população”, falou Nogueira.

Fonte: Meio Norte

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