O Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta sexta-feira (8), teve protestos para pedir direitos iguais e respeito em vários países.
Na Espanha, as mulheres organizaram a segunda greve geral feminista para pedir igualdade salarial. A paralisação atinge vários setores para mostrar a importância deste grupo para a força de trabalho do país e refletir sobre conquistas e lutas das mulheres.
A paralisação é respaldada pela Justiça e pelos sindicatos, ou seja, as trabalhadoras de setores, como a educação, cuidados e consumo, têm o direito de fazer greve sem serem penalizadas, de acordo com a RFI. Embora tenham sido afetados pela paralisação, a maioria dos setores não parou.
Aulas foram canceladas em universidades. Em ao menos duas das principais redes de televisão, além de jornais e estações de rádio, a adesão das mulheres foi total, e apenas homens apresentam programas e trabalham na produção.
Manifestantes bloqueiam a Gran Via, em Barcelona, em protesto pelo Dia da Mulher, nesta sexta-feira (8) — Foto: Pau Barrena / AFP
Em 2018, milhões de mulheres aderiram e fizeram da greve a maior manifestação no mundo pelo dia 8 de Março.
Neste ano, as celebrações ocorrem em meio à campanha para as eleições gerais no país, adiantadas pelo governo espanhol depois que o chefe do governo, o socialista Pedro Sánchez, não ter apoio da maioria do Parlamento para aprovar o Orçamento.
O atual governo tomou o poder no ano passado, meses depois da primeira greve das mulheres, que exigia justamente mais representação feminina na política. O gabinete tem 11 dos 17 ministérios liderados por mulheres.
Homens voluntários
Uma novidade deste ano são milhares de tendas instaladas pela organização que funcionam como pontos de apoio para mulheres que queiram deixar seus filhos. Voluntários homens ajudam a cuidar das crianças enquanto as mães participam das manifestações.
Mais de 1.000 atos devem acontecer em todo o país ao longo do dia. Com panelas e cartazes, elas se concentraram na Praça do Sol, em Madri.
Em Barcelona, as manifestantes bloquearam a Gran Via, no centro da cidade e foram retiradas pela polícia. Como a maioria das deputadas aderiram à paralisação, as atividades do Parlamento Catalão ficaram paralisadas por falta de quórum, de acordo com o jornal “La Nación”.
Israel
Integrante do movimento religioso judeu progressista “Mulheres do Muro” discute com meninas judias ultra-ortodoxas no Muro das Lamentações na Cidade Velha de Jerusalém, nesta sexta-feira (8) — Foto: Gali Tibbon / AFP
Em Israel, integrantes do movimento progressista “Mulheres do Muro” convocaram uma manifestação no Muro das Lamentações, local sagrado para os judeus, na Cidade Velha de Jerusalém.
O ato foi interrompido por organizações ultra-ortodoxas femininas, que obrigaram as feministas a se deslocarem para um outro ponto do muro depois que duas de suas integrantes ficaram feridas, de acordo com o relato da organização ao jornal “Times of Israel”. A polícia não confirmou que as ultra-ortodoxas usaram violência contra as progressistas.
Hong Kong
Em Hong Kong, trabalhadoras domésticas e ativistas participaram de um protesto por melhores condições de trabalho.
Trabalhadoras domésticos imigrantes e ativistas seguram cartazes durante protesto exigindo melhores condições de trabalho para marcar o Dia Internacional da Mulher, nesta sexta-feira (8), em Hong Kong — Foto: Anthony Wallace / AFP
Veja outros protestos pelo mundo:
Alemanha
Integrantes do grupo feminista Femen fizeram protesto em rua em que se localizam casas de prostituição em Hamburgo, no norte da Alemanha, nesta sexta-feira (8). Manifestante escreveu nas costas “Sem fronteiras sem bordéis para mulheres” — Foto: Patrik Stollarz / AFP
Quênia
Protesto reuniu mulheres em Nairobi, no Quênia, nesta sexta-feira (8), Dia da Mulher. Queniana segura cartaz com a mensagem ‘Quebrem o silêncio! Nós estamos cansadas. Nós estamos bravas. Parem de nos matar’ — Foto: Khalil Senosi/ AP
Fonte: G1