O presidente dos Estados UnidosDonald Trump, fez nesta terça-feira (4) o último discurso do Estado da União deste mandato. De olho na reeleição em novembro, o republicano reforçou promessas de campanha enquanto comemorou números da economia e ações militares — como a que resultou na morte do general iraniano Qassem Soleimani, considerado chefe terrorista pela Casa Branca (veja mais adiante os assuntos abordados).

“O estado da união é mais forte do que nunca”, disse Trump ao abrir o discurso.

Presidente da Câmara dos EUA rasga discurso de Trump

Presidente da Câmara dos EUA rasga discurso de Trump

No discurso, Trump não mencionou o julgamento de impeachment desta quarta-feira no Senado. Apesar da derrota na Câmara, o presidente tem maioria entre os senadores — o que torna extremamente improvável uma eventual cassação.

Ao chegar ao púlpito, Trump ignorou a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, que havia estendido a mão para cumprimentá-lo. A deputada — uma das principais opositoras do republicano e responsável por abrir o inquérito de impeachment — rasgou o papel com os trechos do discurso ao fim da declaração.

Enquanto Donald Trump discursa, presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, rasga papel com trechos da fala — Foto: Jonathan Ernst/ReutersEnquanto Donald Trump discursa, presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, rasga papel com trechos da fala — Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Enquanto Donald Trump discursa, presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, rasga papel com trechos da fala — Foto: Jonathan Ernst/Reuters

Em um momento que arrancou aplausos, o presidente promoveu — de surpresa — o reencontro de um militar que servia no Afeganistão com a mulher e os filhos. Para Trump, o momento é de “acabar com as guerras norte-americanas no Oriente Médio”.

Veja abaixo os temas abordados por Trump durante o discurso de Estado da União

Venezuela

Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, cumprimenta o conselheiro Jared Kushner ao chegar à Câmara dos EUA para ouvir discurso de Donald Trump nesta terça-feira (4) — Foto: Brendan Smialowski/AFP Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, cumprimenta o conselheiro Jared Kushner ao chegar à Câmara dos EUA para ouvir discurso de Donald Trump nesta terça-feira (4) — Foto: Brendan Smialowski/AFP

Juan Guaidó, autoproclamado presidente da Venezuela, cumprimenta o conselheiro Jared Kushner ao chegar à Câmara dos EUA para ouvir discurso de Donald Trump nesta terça-feira (4) — Foto: Brendan Smialowski/AFP

Pouco antes de iniciar o discurso, o autoproclamado presidente interino da VenezuelaJuan Guaidó, apareceu no plenário da Câmara como um dos convidados da Casa Branca para assistir à fala.

Em meio a relatos de que o governo norte-americano estaria iniciando diálogos com o regime de Nicolás Maduro, Trump reforçou o apoio a Guaidó — que foi ovacionado tanto por republicanos quanto por democratas.

“Aqui nesta noite está um homem que carrega as esperanças e aspirações de todos os venezuelanos. Aqui está o verdadeiro e legítimo presidente da Venezuela: Juan Guaidó”, disse Trump.

Nicolás Maduro deixa Assembleia Constituinte após discursar — Foto: Fausto Torrealba/ReutersNicolás Maduro deixa Assembleia Constituinte após discursar — Foto: Fausto Torrealba/Reuters

Nicolás Maduro deixa Assembleia Constituinte após discursar — Foto: Fausto Torrealba/Reuters

O presidente dos EUA ainda afirmou que Maduro será destituído e que o regime chavista sofrerá uma ruptura.

“Maduro é um governante ilegítimo, um tirano que brutaliza seu povo”, disse Trump sobre o chefe do chavismo venezuelano.

Trump ainda afirmou que apoia os esforços contra os regimes de Cuba Venezuela e, assim como no discurso de 2019, criticou o socialismo — mensagem que reverbera na corrida eleitoral porque pré-candidatos democratas como Bernie Sanders se definem como “socialistas democráticos”.

“O socialismo destrói nações e sempre nos lembra de que a liberdade une as almas”, afirmou o republicano.

Imigração

Migrante de caravana escala grade neste sábado (18) para tentar entrar no México pela fronteira com a Guatemala e seguir rumo aos EUA — Foto: Marco Ugarte/AP PhotoMigrante de caravana escala grade neste sábado (18) para tentar entrar no México pela fronteira com a Guatemala e seguir rumo aos EUA — Foto: Marco Ugarte/AP Photo

Migrante de caravana escala grade neste sábado (18) para tentar entrar no México pela fronteira com a Guatemala e seguir rumo aos EUA — Foto: Marco Ugarte/AP Photo

Outra promessa de campanha feita ainda em 2016, o reforço à política migratória foi abordado por Trump durante o discurso. O republicano celebrou o andamento da política de “capturar e expulsar” e as operações na fronteira com o México.

“Meu governo acabou com a política de capturar e libertar. Agora, se você entrar ilegalmente, vai ser pego e rapidamente retirado do país”, assegurou.

Trump prometeu que, no próximo ano, o muro na fronteira com o México será entregue com cerca de 800 quilômetros de extensão. A barreira era uma das principais promessas feitas durante a campanha contra Hillary Clinton há quatro anos.

Além disso, ao abordar a questão da saúde nos EUA — outro tema sensível na corrida à Casa Branca —, Trump criticou os estados norte-americanos que oferecem acesso gratuito ao sistema de saúde a imigrantes clandestinos.

Terrorismo e defesa

Em foto de 2016, Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, participa de um comício anual do aniversário da revolução islâmica de 1979, em Terrã, no Irã  — Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi, FileEm foto de 2016, Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, participa de um comício anual do aniversário da revolução islâmica de 1979, em Terrã, no Irã  — Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi, File

Em foto de 2016, Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, participa de um comício anual do aniversário da revolução islâmica de 1979, em Terrã, no Irã — Foto: AP Photo/Ebrahim Noroozi, File

Trump também celebrou a morte do general iraniano Qassem Soleimani, a quem acusa de estar por trás de atos terroristas no Oriente Médio. No discurso, o presidente repetiu que o militar planejava novos ataques contra os EUA, o que motivou a ofensiva de janeiro.

“[Soleimani] era o açougueiro mais cruel do regime iraniano que matou milhares de americanos no Iraque. Como um dos maiores terroristas, orquestrou a morte de americanos pelo mundo”, afirmou.

“Nossa mensagem aos terroristas é clara: vocês nunca vão escapar da Justiça norte-americana se vocês nos atacarem. Vamos acabar com suas vidas.”

O presidente ainda comemorou o lançamento da Força Espacial — o sexto braço das Forças Armadas dos EUA, que teve o início da implementação aprovado pelo Congresso.

Townsend Williams, sargento norte-americano, abraça a filha ao aparecer de surpresa no discurso de Donald Trump na Câmara dos EUA. O militar estava no Afeganistão e foi apresentado pelo presidente nesta terça-feira (4) — Foto: Tom Brenner/ReutersTownsend Williams, sargento norte-americano, abraça a filha ao aparecer de surpresa no discurso de Donald Trump na Câmara dos EUA. O militar estava no Afeganistão e foi apresentado pelo presidente nesta terça-feira (4) — Foto: Tom Brenner/Reuters

Townsend Williams, sargento norte-americano, abraça a filha ao aparecer de surpresa no discurso de Donald Trump na Câmara dos EUA. O militar estava no Afeganistão e foi apresentado pelo presidente nesta terça-feira (4) — Foto: Tom Brenner/Reuters

No entanto, Trump afirmou que era momento de encerrar as guerras com participação norte-americana no Oriente Médio — outro ponto bastante explorado pelo presidente ao longo do mandato.

No fim do discurso, ele convidou, de surpresa, um militar que estava no Afeganistão a encontrar sua família em pleno Congresso dos EUA: ao ser anunciado, o sargento Townsend Williams recebeu aplausos da maioria dos presentes e abraçou a esposa e os filhos, ainda perplexos com o encontro.

Economia e comércio

Presidente dos EUA, Donald Trump chega para discurso do Estado da União nesta terça-feira (5) — Foto: Leah Millis/Pool/ReutersPresidente dos EUA, Donald Trump chega para discurso do Estado da União nesta terça-feira (5) — Foto: Leah Millis/Pool/Reuters

Presidente dos EUA, Donald Trump chega para discurso do Estado da União nesta terça-feira (5) — Foto: Leah Millis/Pool/Reuters

O presidente dos EUA reforçou os dados positivos da economia, um dos principais trunfos do republicano rumo à reeleição em novembro. Trump celebrou os baixos números de desemprego — “os menores do século”, segundo ele — e falou em uma “explosão azul”, referindo-se aos índices positivos e à retomada da confiança do consumidor.

“Os EUA agora são independentes em energia e os empregos no setor, tão importantes para o nosso país, estão em alta recorde”, afirmou.

Trump ainda comemorou a assinatura do novo acordo comercial com Canadá e México para substituir o Nafta, uma das principais promessas de campanha do republicano ainda em 2016. “Muitos políticos foram e voltaram, prometendo trocar ou mudar o Nafta, só para fazer nada”, alfinetou.

O republicano também afirmou que a imposição de tarifas à China — um dos passos da guerra comercial entre os dois países — foi uma medida bem sucedida. Segundo ele, isso permitiu a “proteção de empregos dentro dos EUA”.

Embora tenha adotado um tom duro em relação às trocas comerciais com Pequim, Trump disse estar trabalhando em conjunto com o governo chinês para combater o novo coronavírus. Recentemente, os EUA adotaram novas medidas nos aeroportos que incluem o impedimento de entrada de estrangeiros que tenham passado recentemente pela China.

Veja a íntegra do discurso de Trump:

Veja a íntegra do discurso sobre o Estado da Nação do presidente Donald Trump

Veja a íntegra do discurso sobre o Estado da Nação do presidente Donald Trump

Fonte: G1

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