Um dos assuntos mais discutidos nos últimos anos, se educação sexual e assuntos políticos devem ou não ser temas tratados dentro das escolas, foi abordado em pesquisa feita pelo instituto DataFolha e divulgada nesta segunda-feira (7).
De acordo com o levantamento, 71% dos entrevistados apoiam a presença de assuntos políticos nas salas de aula. A taxa de apoio a esse tema no ambiente escolar é maior do que o percentual dos que discordam, em todos os recortes analisados, como idade, renda, religião e preferência partidária.
Em relação aos que se opõem à discussão de política nas escolas, o índice chega a 28%. Desse total, 20% afirmam discordar totalmente, enquanto os 8% restantes discordam em parte.
Já sobre a educação sexual nas escolas, a maioria dos que responderam à pesquisa também se manifestou a favor da questão. Segundo o levantamento, o apoio alcança 54% dos entrevistados.
Mesmo mostrando um consentimento maior, a educação sexual divide mais a opinião dos brasileiros. Enquanto 35% das pessoas ouvidas concordam totalmente que o tema deve ser discutido nas escolas, os que desaprovam totalmente essa questão também atinge 35%.
A discussão entre o tema apresenta duas vertentes. Os que criticam a presença de assuntos sexuais e políticos em sala de aula argumentam que a escola deve focar no ensino dos conteúdos considerados “clássicos”, como português e matemática. Já aqueles que defendem, afirmam que a escola tem um papel mais amplo e deve discutir problemas que atingem a sociedade.
O presidente Jair Bolsonaro já havia dito que era contra a abordagem da sexualidade nas instituições de ensino. Segundo afirmou o líder do Executivo nacional em novembro do ano passado, “quem ensina sexo para a criança é o papai e a mamãe. Escola é lugar de aprender física, matemática, química. Fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal”, disse à época.
Para o resultado da pesquisa, o DataFolha ouviu 2.077 pessoas em 130 municípios. As entrevistas foram feitas nos dias 18 e 19 de dezembro. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
Reportagem, Marquezan Araújo/Agência Radio