Em entrevista ao Jornal do Piauí nesta segunda-feira (3), o senador Ciro Nogueira (PP) afirmou que a chegada de Davi Alcolumbre (União Brasil) e Hugo Motta (Republicanos) às presidências do Senado e da Câmara Federal, respectivamente, representa um momento de “união” para superar a polarização política no país. Na avaliação do piauiense, os parlamentares precisam deixar de lado as chamadas “pautas ideológicas” e focar em ações que impactem positivamente a vida da população.
“O Congresso Nacional tem que ser uma barreira de proteção para a sociedade, para que possamos realmente discutir os projetos, discutir o que realmente importa para a vida da população. Chega de discussões inúteis em Brasília […] Daqui a dois anos temos eleição, e o eleitor não vai aceitar que seus deputados e senadores fiquem eternamente em discussões inúteis que não melhoram sua vida, porque, senão, passa-se a imagem de que Brasília é uma bolha”, destacou.
Reforma ministerial
Questionado se a mudança nas presidências das casas legislativas altera a relação e facilita o embarque do “Centrão” no governo Lula, Ciro Nogueira acredita que os líderes partidários não estarão com o petista em 2026, mesmo que indiquem nomes para os ministérios. Leal ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador mantém fortes críticas à atual gestão federal, sobretudo na política econômica, e defende que os partidos de centro permaneçam na oposição.
“Se não houver uma mudança de comportamento do atual governo, de viés, de colocar os interesses do Brasil acima dos interesses de um partido político, sou radicalmente contra qualquer tipo de participação dos nossos partidos nessa reforma […] Acho um erro participarmos de um governo por pura e simplesmente em troca de cargos. Gostaria de participar de um governo com o qual eu tenha identificação, que o eleitor que eu represento tenha identificação”, declarou.
Candidato da oposição à Presidência
Ciro Nogueira também comentou as articulações da oposição para a escolha do candidato para 2026. Com a divulgação de novas pesquisas que apontam a queda da aprovação de Lula, inclusive no Nordeste, o senador piauiense acredita que o presidente pode não disputar a eleição e indicar um sucessor.
“Hoje, ele não é candidato. O Lula não vai correr o risco de perder a última eleição da vida dele. Ele tem uma trajetória de vida, já foi presidente três vezes. Se perder a última eleição, ficará lembrado para sempre por essa derrota. Ele só será candidato se tiver chance de ganhar”, avaliou.
Reprodução: Cidade Verde