O dia 20 de Agosto foi fatídico para a aviação comercial espanhola. Nesta data, no ano de 2008, o voo JK 5022, da Spanair, que decolara do Aeroporto de Barajas, em Madrid, com destino ao aeroporto de Gran Canária, na Espanha, caiu imediatamente após a decolagem, matando 153 pessoas e deixando 19 sobreviventes, num que parece ter sido um milagre.

O avião era um modelo McDonnel Douglas MD-82. A queda, logo após decolar da pista 36L do Barajas, foi o primeiro acidente com mortes na história da Spanair e um dos mais graves da Espanha desde 1985. Neste caso, superado pelo desastre em Tenerife, nas Ilhas Canárias, território espanhol, ocorrido no ano de 1977, até hoje o maior acidente aéreo da história do mundo, com 583 mortos, embora esse tenha sido o choque de dois aviões.

O acidente ocorreu devido a um erro dos pilotos em não acionar os flaps e slats, conforme exigido para a decolagem. Sem o uso destes dispositivos as asas não poderiam gerar elevação suficiente para manter a aeronave no ar durante a decolagem. A aeronave saiu do solo momentaneamente, rolou para a direita, e impactou o chão ao lado da pista.

O acidente ocorreu na segunda tentativa de decolagem. Uma hora antes, os pilotos tinham abortado uma decolagem porque um sensor indicou temperaturas excessivas em uma entrada de ar, e o avião voltou ao pátio para verificação do problema. Esse sensor foi desativado no solo (segundo se informa um procedimento estabelecido) e outra decolagem foi então tentada, durante o qual o acidente ocorreu.

A tripulação perdeu o controle da aeronave devido a um estol imediatamente depois da decolagem, como consequência de uma configuração inadequada das superfícies de controle de voo flaps e slats, depois de uma série de erros e omissões, combinados com a ausência do aviso de configuração de decolagem inadequada.

A tripulação não identificou os avisos de estol e não corrigiu a situação após a decolagem, retardando momentaneamente a aceleração dos motores. Os ângulos de inclinação não foram corrigidos, levando a um incremento da condição de estol e consequente perda de controle. A tripulação não foi capaz de detectar o erro de configuração porque negligenciou a lista de verificação (check-list), com as etapas de seleção e verificação das posições dos flaps e slats antes da decolagem.

Também nesse dia 20 de Agosto, só que este um ano antes, em 2007,o voo China Airlines 120, que era uma viagem regular de um Boeing 737-800, partindo do Aeroporto Internacional de Taiwan, em Taipé, República da China, para o Aeroporto de Naha, em Okinawa, Japão, explodiu sem causar mortes.

O voo decorreu sem problemas e o avião aterrissou normalmente, às 10:26, taxiando até a área de desembarque, ocasião em que o pessoal de apoio no solo percebeu, às 10:34, fumaça saindo do motor número 2. Informado da situação pelo controle de tráfego aéreo do aeroporto, o comandante ordenou a evacuação de emergência.

Todos os 157 passageiros conseguiram escapar incólumes pelas rampas infláveis. Dos oito tripulantes que também saíram a tempo, o primeiro oficial e o comandante fugiram pelas janelas da cabine, sendo que o comandante saltou justo no momento em que explodiu violentamente o combustível que vazava do tanque de combustível, causando um incêndio que praticamente destruiu a aeronave, antes da intervenção do corpo de bombeiros do aeroporto.

Conforme investigações realizadas após o acidente, houve um vazamento de combustível na asa direita, que motivou o incêndio em razão das elevadas temperaturas dos motores. O vazamento ocorreu em razão da perfuração do tanque de combustível existente nessa asa, motivada por um parafuso frouxo que produziu um furo de 2 a 3 cm de diâmetro no tanque.

Fonte: Meio Norte

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