O protagonismo das mulheres nos processos eleitorais e o combate às candidaturas “laranjas”são pautas essenciais para o fortalecimento da perspectiva de gênero no Piauí, conforme mostra o estudo Mulheres Resilientes = Cidades Resilientes. A publicação reúne dados do PNUD sobre a região metropolitana de Teresina e destaca que a ocupação feminina na política ainda é “tímida” , apesar da legislação de cotas de representação parlamentar.

A Coordenadoria de Estado de Políticas para Mulheres está desenvolvendo um trabalho para sensibilizar, incentivar e conscientizar as mulheres do estado sobre a importância da ocupação em espaços de decisão e representação.

 

O estudo Mulheres Resilientes = Cidades Resilientes mostra que nenhuma cidade que faz parte da região metropolitana de Teresina tem uma mulher a frente da prefeitura. Teresina, Demerval Lobão, José de Freitas, Nazária e Timon (MA) são comandadas por prefeitos. O único município com uma mulher ocupando a vice-prefeitura é Demerval Lobão.

Na câmara de vereadores de Teresina, das 29 vagas, 10,3% são ocupadas por mulheres. Na Assembleia Legislativa, apenas 13,3%. Zenaide Lustosa, Coordenadora de Estado de Políticas para Mulheres, ressalta que o protagonismo das mulheres nos processos eleitorais será debatido ainda com mais força neste ano.

“Vamos realizar encontros regionais com as mulheres no sentido de incentivar a participação na política e orientando as candidatas sobre o processo eleitoral. Nesse sentido, estamos dialogando com algumas instituições como a Uespi e a OAB, parceiras importante para alcançarmos o maior número de mulheres possível”, adianta Zenaide Lustosa.

Em Valença do Piauí uma chapa inteira de vereadores foi cassada pela justiça eleitoral por conta de candidaturas “laranjas” mulheres.  Os vereadores foram condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI) por supostamente lançarem candidaturas femininas fictícias para alcançar o mínimo de 30% de mulheres na coligação e se beneficiarem dessas candidaturas fantasmas

Esclarecer que as mulheres não devem lançar candidaturas “laranjas” é um dos objetivos principais dos encontros que serão realizadas pela coordenadoria.

“Não podemos permitir  que as mulheres sejam utilizadas como laranjas nesses processo. Na última eleição municipal nós tivemos mais de 400 mulheres que tiveram zero votos no processo eleitoral no Piauí. É um desafio porque a gente tem que sensibilizar, conscientizar e  incentivar as mulheres a participarem de todos processos que elas possam estar protagonizando”, analisa Zenaide.

Mulheres Resilientes = Cidades Resilientes propõe quatro intervenções para o fortalecimento da perspectiva de gênero no Piauí com base do Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidades (ONU). São elas:


Intervenção 1– Constituição de uma rede intermunicipal de monitoramento das políticas para mulheres
Intervenção 2- Fortalecimento dos mecanismos e espaços de participação social (seminários regionais, conferências livres)
Intervenção 3– Qualificação de gestores e trabalhadores para implementação de políticas para mulheres
Intervenção 4- Elaboração de um painel de indicadores para monitoramento e aprimoramento das políticas para mulheres (processo e resultado)

Fonte: Cidade Verde

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